quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Arroio Taquara: Um artigo para a memória não apagar - 21 anos após!



Abaixo publicizo o artigo que escrevi, em maio de 1995, onde faço uma reflexão sobre o Arroio Taquara. Na ocasião, a partir desse documento, foi instituído o primeiro comitê de Gerenciamento de Arroios, em Porto Alegre, onde teve como objeto esse arroio. 21 anos após, novamente o movimento popular da Lomba do Pinheiro se debruça sobre o tema. Segue a íntegra do mesmo, abaixo, onde, se perceber a realidade é semelhando daquela década, todavia, mais agravado o problema. Boa leitura!

DEFESA DO LEITO E DAS MARGENS DO ARROIO TAQUARA

É preciso respeitar,
“Arroio não é Valão”

Há necessidade de defender e preservar o leito e as margens do ARROIO TAQUARA. O mesmo é a bacia em que apresenta a maior densidade populacional e consequentemente, maior poluição. Tem sido objeto de reflexão e preocupação permanente do movimento social da Lomba do Pinheiro, e dentro desse propósito provocado os demais segmentos organizados da região e da cidade de Porto Alegre, para conscientizar-se acerca da importância da preservação de um dos mais importantes contribuintes de água da Barragem da Lomba do Sabão, originária da inundação de uma área de várzea, após um processo de desapropriação, ocorrido por volta de 1942, década em que foi iniciada a construção da Estação de Tratamento de Água (ETA).

A barragem da Lomba do Sabão, manancial de abastecimento de água tratada da região da Lomba do Pinheiro e Agronomia, representa, hoje, a mais importante reserva de abastecimento para a cidade de Porto Alegre, uma vez que o Guaíba tenha sua qualidade ameaçada devido a localização do Polo Petroquímico às suas margens, bem como pelo um possível imprevisto de acidente de navios que navegam pelo mesmo. Portanto, a mesma apresenta-se como a segunda alternativa de água potável para a cidade de Porto Alegre, onde esse Arroio é um dos seus abastecedores.

O Arroio Taquara, tem sua nascente na Vila Panorama, na parada 16 da Lomba do Pinheiro e atravessa cinco vilas. Encontra-se doente, quase morto devido aos constantes problemas de agressões ocorridos, como: os esgotos cloacais lançados diretos dentro de seu leito; o lixo depositado por moradores ribeirinhos, como: plásticos, papeis, latas, animais mortos, sofás velhos, colchoes e outros. Essa imprudência tem contribuído para a contaminação de suas água e obstruindo, assoreando o seu leito, causando nocivos problemas à saúde pública (doenças como verminoses, cóleras, infestações de moscas e mosquitos, ratos, baratas, etc).

As construções irregulares nas suas margens, promovidas desordenadamente por loteamentos clandestinos e irregulares, cujos protagonista são os especuladores de terras e imobiliárias, destruindo a mata nativa existente sem o menor critério, aumentando a erosão e o desmoronamento de barrancos e consequentemente, causando e dificultando problemas na ocasião de limpezas, além dos constantes desvios do seu curso natural, devido aterramentos indevidos, dificultando limpezas  e a dragagem do leito, impedindo o acesso.

 O Arroio Taquara precisa ser visto com respeito. É importante saber que antes de qualquer residência existentes instaladas nas suas margens, ele, ali chegou primeiro. Suas águas devem deslanchar sem empecilhos, sem sofre nenhuma agressão. É dever de todos preservá-lo tornando-o VIVO e respeitá-lo para a garantia das nossas necessidades básicas, com água menos poluída , com taxa de cobranças mais baixas e menos custo no tratamento.

Diante de tudo isso, conclamamos às comunidades, entidades em defesa do meio ambiente, secretarias do governo municipal concernente com esta situação e demais segmentos organizados, no sentido de inibir e evitar novas construções às suas margens, bem com, garantir que esse Arroio seja preservado. Que seja respeitado o que é preconizado pelo Código Florestal que garante a faixa de 15 (quinze) metros em cada margem, com sua vegetação (mata ciliar) intacta, removendo as residências que estão e são consideradas em área de risco, garantido-as em áreas regulares e urbanizadas.

Com o resultado desta ação estaremos contribuindo em defesa de duas virtudes: a preservação da Natureza e à saúde do cidadão. É importante desenvolver dragagem permanente para permitir o livre acesso as suas águas. Ajudar na campanha de educação ambiental para evitar e prevenir o lançamento de esgoto cloacal diretamente dentro do Arroio Taquara. Que os moradores construam em suas casas, fossas sépticas e sumidores, bem como evitar o depósito de qualquer tipo de lixo dentro do seu leito.

Contamos com a sensibilidade e o apoio de todos que se sentirem convidados em defesa da VIDA desse importante ARROIO  e garantir providências emergenciais ao mesmo.
                                                                                  Francisco Geovani de Sousa, 06 de maio de 1995.

Em 2016 retomamos essa pauta. Se integre as ações que serão desenvolvidas sobre o tema - Acesse o link e saiba mais: http://cplombadopinheiro.blogspot.com.br/2016/02/saneamento-basico-e-o-meio-ambiente-o.html 

Francisco Geovani de Sousa
Coordenador do Conselho popular
da Lomba do Pinheiro



 

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